Ciclo de Cinema «Pasolini e De Bruyckere»

A Festa do Cinema Italiano e a Risi Film associam-se ao MAC/CCB na organização do ciclo de cinema «Pasolini e De Bruyckere», no âmbito da programação paralela da exposição Atravessar uma ponte em chamas, de Berlinde De Bruyckere, patente no Museu até 10 de março de 2024.

Ancorada na história da arte, nomeadamente na pintura renascentista, a escultura de Berlinde De Bruyckere tem vindo a dialogar com a pintura de Lucas Cranach e Luca Giordano ou com o cinema de Pier Paolo Pasolini, reencontrando temáticas, obsessões ou recorrências do mundo das imagens que povoam a nossa memória coletiva.

A propósito desse diálogo da escultura de De Bruyckere com o cinema de Pasolini, a artista selecionou os quatro filmes que compõem o ciclo de cinema «Pasolini e De Bruyckere», com exibições mensais, aos sábados, entre dezembro de 2023 e março de 2024, no Centro Cultural de Belém.

Além da exibição dos filmes, o ciclo de cinema inclui também visitas guiadas à exposição Atravessar uma ponte em chamas e uma conversa no final de cada projeção com dois convidados a anunciar.

A relação de Berlinde De Bruyckere com o cinema de Pier Paolo Pasolini, assim como o interesse pela pintura de Lucas Cranach, Francisco de Zurbarán e Fra Angelico, tem vindo a acompanhar a artista ao longo dos últimos treze anos. No cinema de Pasolini, De Bruyckere encontra a mesma tensão com a ideia de martírio e de redenção que perpassam pela sua obra, a mesma carnalidade e visceralidade, bem como uma comum antropologia do desejo.

O conjunto de três filmes de Pasolini apresentados foram selecionados pela artista e estabelecem pontos de contacto com as obras em exposição, abrindo e amplificando a experiência expositiva. No final da projeção dos três filmes, um conjunto de convidados dialogará com o público a partir de diferentes pontos de vista, incluindo a psicanálise, a teologia, a filosofia e a história e teoria do cinema.

A este conjunto de filmes foi acrescentado o documentário Why We Fight? (2021), realizado pelo coreógrafo Alain Platel em colaboração com a fotógrafa Mirjam Devriendt, sobre o processo de trabalho de De Bruyckere.

Delfim Sardo