Lançamento do livro
Os Grandes Trabalhos e o Desejo da Cidade de Exceção
Datas / horários
23 abril de 2024 18:30
Entrada gratuita, mediante capacidade da sala
A Exposição Internacional de Lisboa (Expo’98) foi um laboratório que teve impacto significativo no campo urbanístico e arquitetónico, estabelecendo um paradigma de qualidade dos espaços das cidades. Nas décadas seguintes, diversas políticas públicas e iniciativas de intervenção tomaram esta operação urbana como referência principal. Neste livro, a experiência da Expo’98 é o ponto central para explorar as mudanças ocorridas em Portugal em matéria urbanística nas duas décadas que se seguiram ao grande evento de final de século.
A partir dos contributos de investigadores e consultores de diferentes áreas científicas — arquitetura, arquitetura paisagista, planeamento urbano, sociologia, economia, geografia —, diferentes problemáticas e escalas de análise são trazidas para cima da mesa, enquadrando um período temporal marcado pelo protagonismo do «Projeto Urbano» e pela requalificação ambiental das cidades.
Num momento em que Portugal está a braços com novos investimentos públicos com expressão territorial, no quadro do PRR, esta análise da cultura urbana e arquitetónica abre caminho a um amplo debate sobre o tempo presente, marcado pelas incertezas da guerra, as alterações climáticas, as assimetrias sociais, ou a crise da habitação.
A investigação que deu origem ao livro foi apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, tendo sido realizada no Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território (DINÂMIA’CET–Iscte), em pareceria com a Direção-Geral do Território (DGT) e com o Laboratorio Ticino da Accademia di architettura de Mendrisio da Università della Svizzera Italiana.
Com João Ferrão, Manuel Salgado, Álvaro Domingues, João Nunes e os editores Paulo Tormenta Pinto e Ana Brandão.
Moderação de Marta Sequeira (curadora da exposição Habitar Lisboa).
Integrado na programação comemorativa dos 50 anos do 25 abril
Intervenientes
MANUEL SALGADO — Arquiteto (1968). Entre 1972 e 1983, foi diretor do Departamento de Urbanismo e diretor técnico de uma empresa pública de projetos em Lisboa. Dirigiu o gabinete de projetos Risco — Projetistas e Consultores de Design, SA, entre 1984 e 2007, onde desenvolveu numerosos projetos de arquitetura e urbanismo, entre os quais o do Centro Cultural de Belém (em associação com Vittorio Gregotti), os espaços públicos da Expo’98, o Estádio do Dragão, o Projeto Urbano da Área Central do Cacém, o Projeto Urbano de Romanina e o Plano de Pormenor de Bastia (Itália e Córsega). Foi professor catedrático convidado das cadeiras de Desenho Urbano e Projeto Final do curso de Arquitetura do Instituto Superior Técnico de Lisboa de 2002 a 2007.
Entre 2007 e 2019 foi vereador de Urbanismo e Reabilitação Urbana da Câmara Municipal de Lisboa. Foi Presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental de 2018 a 2021. É Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1999).
ÁLVARO DOMINGUES — Geógrafo. É doutorado em Geografia Humana pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É professor associado da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto nos cursos de Mestrado Integrado e Doutoramento, e investigador do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da mesma faculdade. A sua investigação centra-se na Geografia Humana, Paisagem, Urbanismo e Políticas Urbanas. Entre outras obras, é autor de Paisagens Portuguesas (com Duarte Belo, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Lisboa, 2022), Portugal Possível (com Duarte Belo e Rui Lage, Museu da Paisagem, Lisboa, 2022), Paisagens Transgénicas (Museu da Paisagem 2021), Volta a Portugal (Contraponto, Lisboa, 2017), Território Casa Comum (com Nuno Travasso, FAUP, Porto, 2015), A Rua da Estrada (Dafne, Porto, 2010), Vida no Campo (Dafne, Porto, 2012) e Políticas Urbanas I e II (com Nuno Portas e João Cabral, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003 e 2011), e Cidade e Democracia (Argumentum, Lisboa, 2006). Escreve regularmente no jornal Público.
JOÃO FERRÃO — Doutorado em Geografia Humana pela Universidade de Lisboa. É investigador coordenador aposentado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade
de Lisboa, onde coordenou o grupo de investigação Ambiente, Território e Sociedade e o Conselho dos Observatórios do ICS-UL. Foi docente no departamento de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e na Universidade Atlântica. É especialista em geografia económica e social, ordenamento do território e desenvolvimento regional e urbano. Coordenou diversos estudos de avaliação de políticas públicas para o governo português e para a Comissão Europeia. Foi presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, consultor da OCDE no domínio do desenvolvimento rural, Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades e membro do Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades (FCT). Publicou, individualmente ou em colaboração, dezenas de artigos em revistas nacionais e estrangeiras e diversos livros sobre temas relacionados com geografia, ordenamento do território e políticas de desenvolvimento local e regional.
JOÃO FERREIRA NUNES — Fundador e diretor do Atelier de Arquitetura Paisagista PROAP, que reúne um vasto grupo de profissionais numa equipa pluridisciplinar com distintos níveis de especialização em paisagem, na sua aceção mais inclusiva.
É licenciado em Arquitetura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Obteve o título de Mestre na Escola Técnica Superior d’Arquitectura de Barcelona, Universitá Politecnica de Catalunya.
Enquanto diretor internacional é responsável pela liderança estratégica, executiva e tática dos três ateliers internacionais: Lisboa (Portugal), Luanda (Angola) e Treviso (Itália). Coordena a atividade projetual, conceptual e criativa, e define a orientação estratégica dos processos de investigação.
É docente nas escolas em que se formou, na Facoltà di Architectura di Alghero da Università degli Studi di Sassari, Itália, e na Accademia di architettura di Mendrisio da Università della Svizzera Italiana, prestando serviço docente ocasional em Harvard, Universitá de Girona, Università IUAV di Venezia, na Escola de Tecnologias e Arquitetura do ISCTE, Lisboa, no Politecnico de Milano, Itália, na Universidade Moderna, Politecnico di Torino, Roma La Sapienza, Roma Ludovico Quaroni, Facoltà di Architettura di Napoli, e Accademia di architettura di Mendrisio.
Editores
PAULO TORMENTA PINTO — Iniciou a sua atividade docente em 1997, sendo atualmente professor catedrático do Iscte, na área de Arquitetura. A sua tese de doutoramento Arquitetura e Artifício — Cassiano Branco 1897–1970 foi publicada em 3 edições (Caleidoscópio ed. 2007, 2015 e 2020). Como investigador, tem participado e coordenado diversos projetos relacionados com a cultura arquitetónica, destacando-se, como investigador responsável, os projetos The Critical Monumentality of Álvaro Siza e The Grand Projects — Architectural and urbanistic operations after the 1998 Lisbon World Exposition, ambos financiados pela FCT. Ocupou diversos cargos na estrutura académica do Iscte, nomeadamente como diretor do Departamento Arquitetura e Urbanismo e como diretor do Centro de Investigação sobre a Mudança Socioeconómica e o Território — (DINÂMIA’CET-Iscte). Foi padrinho do título de doutor honoris causa atribuído a Nuno Portas pelo Iscte, em 2020. O seu trabalho como arquiteto tem sido publicado e premiado por diversas vezes, destacando-se, mais recentemente, o Prémio FORMA 2022 e o Prémio Teotónio Pereira 2022. Em 2022 foi finalista nos Prémios FAD, tendo sido a sua obra nomeada para Prémio Mies Van Der Rohe nas edições de 2022 e 2024. Em 2023 foi distinguido com o Prémio Investigação e Sustentabilidade 2023 (ex aequo), atribuído pela Ordem dos Arquitetos.
ANA BRANDÃO — Investigadora no DINÂMIA’CET-Iscte, arquiteta e doutorada em Espaço Público e Regeneração Urbana (2015). Tem experiência de investigação em trabalhos interdisciplinares sobre espaço público, desenho urbano e planeamento urbano. Especificamente, a sua investigação tem-se centrado na conceção, no desenvolvimento e na gestão de processos urbanos e dos seus impactos no desenho urbano e no espaço público. Participou em vários projetos de investigação, nomeadamente no PSSS Public Space Service System (2016–2019), no qual coordenou o livro Lugares do Comum. Guia de avaliação e interpretação do espaço público, e no The Grand Projects – Architectural and Urbanistic Operations after the 1998 Lisbon World Exposition (2019-2022). Obteve uma Menção Honrosa no Prémio Metrópoles Ciência em 2016 pela tese de doutoramento.
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