Programa de Educação e Mediação do MAC/CCB

Na nova definição de «museu» do ICOM, aprovada em 2022, os museus devem ser acessíveis, inclusivos e fomentar a diversidade e a sustentabilidade. Além disso, devem promover a participação de todas as comunidades, proporcionando experiências diversas de educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento.

Um museu de arte contemporânea, portanto, pressupõe desde logo transversalidade, participação, diversidade e sustentabilidade. A contemporaneidade é por si só um espaço de diálogo entre várias áreas do saber que potencia a contaminação mútua de expressões artísticas. A nova forma de pensar o que é hoje um museu (local privilegiado para o desenvolvimento da função educativa) e as responsabilidades que este assume na complementaridade das aprendizagens para os diferentes públicos (escolas e universidades, famílias e adultos) assenta fundamentalmente na educação e na mediação através de uma programação diversificada e específica, tendo em conta o lugar, o tempo e as coleções. A mediação assume assim um papel determinante através de metodologias ativas e participativas e mediante a descodificação da informação que as obras de arte contêm e transportam. É através da mediação que se constrói a compreensão e o conhecimento por parte do público.

Neste sentido, o programa de educação e mediação «CONSTRUIR» para 2023–2024, do MAC/CCB + Centro de Arquitetura / Garagem Sul, está sustentado de forma a permitir e facilitar a construção de diferentes camadas de conhecimento, reflexão e pensamento crítico, gerando complementaridades, cruzamentos, envolvimento, participação e aproximação a partir das coleções que constituem o museu, bem como das suas exposições temporárias. Este programa tem como linhas orientadoras a liberdade, na contextualidade dos 50 anos do 25 de Abril; o sonho, no âmbito do centenário do Manifesto Surrealista; e a interioridade da obra de arte, dada a importância de pensar o que está para lá da superfície. São estes os eixos que estruturam toda a programação, que está pensada e adaptada para os diferentes segmentos de público. No caso das escolas, das universidades e do ensino especial, procura-se explorar, conhecer, discutir e refletir sobre arte moderna e contemporânea com base nos três eixos mencionados, complementando e enriquecendo deste modo as aprendizagens. A programação é constituída também por conteúdos digitais para escolas no sentido de permitir que a nossa missão educativa alcance aqueles que, por diferentes motivos, não podem visitar-nos.

Sendo o museu um espaço vivo e a educação um processo contínuo, esteja atento às informações que serão divulgadas ao longo deste período, nomeadamente na programação referente às exposições temporárias. – Cristina Gameiro