Ciclo As Escolhas dos Críticos:

Sem Andy Warhol, a arte do século XX seria outra coisa. Autor camaleónico — até ao hipostasiar a repetição e a banalidade —, anteviu como a cultura contemporânea não poderia ser verdadeiramente compreendida sem a deriva que linguagens como o cinema e a música poderiam aportar a um universo assim caleidoscópico e de rutura.

A propósito do espetáculo-performance Exploding Plastic Inevitable que concebeu para os Velvet Underground, afirmava: «Se o aguentam dez minutos, então nós tocamos quinze; essa é a nossa política: deixá-los sempre a desejar menos.»

Nesta conversa falaremos de arte, de música e de tempos cuja radicalidade hoje em dia parece ter sido rasurada de uma história que por vezes não olha para dentro das caixas e para além das flores e caras deslumbrantes. – Miguel von Hafe Pérez

Nasceu no Porto em 1967. Licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi responsável pela área de Artes Plásticas, Arquitectura e Cidade do Porto 2001, Capital Europeia da Cultura. Em 2002 comissaria a representação portuguesa à 25.ª Bienal de São Paulo, com o projeto Poço dos Murmúrios de João Tabarra. Entre 2002 e 2005 fez parte da mesa curatorial do Centre d’Art Santa Mònica, em Barcelona. Através de um concurso internacional, foi eleito diretor do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) de Santiago de Compostela (2009–2015).

Recentemente editou para a Fundação de Serralves uma antologia de textos críticos de Fernando Pernes (Dizer a imagem) e comissariou, entre outras, as exposições a sul de hoje – arte portuguesa contemporânea (sem Portugal), para a Fondation Gulbenkian, Paris; Julião Sarmento. No fio da respiração, para a Galeria Municipal de Matosinhos; Álvaro Lapa. No Tempo Todo, no Museu de Serralves, Porto; Pedro Tudela, AWDIˈTƆRJU, maat, Lisboa; Miguel Palma. (Ainda) O Desconforto Moderno, Museu Coleção Berardo, Lisboa; velvetnirvana, Pavilhão Branco, Lisboa; e Irradiação Vieira, Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa.

De 2013 a 2018 foi assessor da Colección Fundación Arco, Madrid. É membro da Comissão de Aquisição de Arte Contemporânea 2023–2024 para a Coleção de Arte Contemporânea do Estado, e programador do Centro de Artes Visuais – CAV, Coimbra.

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