Datas / horários
25 março de 2022 21:00
26 março de 2022 19:00
Dança
Como se comunica o que não se diz? O Fazer Do Dizer inspira-se fortemente na fisicalidade criada pela tentativa de falar uma língua que não dominamos. Bernardo Chatillon pretende imaginar novos mundos, colocando a hipótese de nos relacionarmos com os espaços que estão obstruídos, camuflados, ilegíveis, ignorados, invisíveis. Conviver com os corpos, as paisagens e os movimentos que estão presentes, mas não têm visibilidade, em articulação com o conceito de Pensamento Mágico aplicado à dimensão teatral.
Este espetáculo contém luzes strobe.
«Como se comunica o que não se diz? Enquanto vivi em Berlim, fui privado de falar na minha língua, o português. A sensação de se estar preso às palavras (e ao corpo que isso produz) é a matriz principal do projeto O Fazer do Dizer. Quero abordar e explorar formas de desocultar ou desvendar gestos, pensamentos e movimentos que surgem na tentativa de tradução. Assim como padrões de sentido e sensualidade que se criam, para completar uma linguagem com falhas. Querer desesperadamente comunicar o que não sei dizer tem-me levado a criar trabalhos que são o resultado de tentar sentir, mais do que perceber aquilo que está antes de falar, de criar movimento, de ordenar uma composição. Tenho reparado que os corpos que se expressam com maior amplitude, que falam entusiasticamente ou articulam gestos com uma certa eloquência ou num certo tempo são oprimidos e rejeitados, os seus sentimentos, emoções, intuições e sonhos ficam soterrados na massa corporal, tão profundamente que acabam no esquecimento. Quero ouvir o que estas ações esquecidas têm para dizer, desocultar e desmistificar as intuições, os sonhos e os sentimentos que já estão no diálogo com o mundo. Como criador, interessa-me a ideia de arqueologia como referência para o gesto de escavar associado ao corpo, ao espaço e à ideia de etnografia – trazer à superfície o resultado da procura de como fixar o movimento que decorre do que se diz, do que se quis dizer, e do gesto que procura completar uma linguagem com faltas para criar um universo fantástico, promovendo o diálogo e a linguagem como algo mágico e inesperado. Quero servir-me do espaço teatral para explorar a ideia de encantamento e criar uma realidade reconhecível, transfigurada pelo imaginário que a dança oferece. O projeto apoia-se em metodologias de improvisação, ritual, colaboração e protesto: instrumentos de investigação das realidades políticas e sociais do mundo atual. Práticas inspiradas pela dança pós-moderna, arte ativista, pensamento/realismo mágico, cosmologias não-ocidentais. Pensar, imaginar e experimentar novos espaços de relação com o indizível e o periférico, sem os ocultar ou mistificar, para entrarem no diálogo com todas as partes e para conseguir ouvir o que têm para dizer. Esta peça leva-me a questionar e a trabalhar o encantamento e o reencantamento como algo crucial para lidar com a fragmentação contemporânea, com a desacreditação do mundo, com um sentimento muito radical de desamparo, desistência, engajamento e comparência no comum e no modo. Reatar essa sensação do encantamento é urgente num mundo que se despedaça porque perdemos a conexão com o sensível.» – Bernardo Chattilon
Bernardo
Chatillon
Bernardo Chatillon estreou-se com os Artistas Unidos. Depois de completar o Chapitô integrou a Formação Intensiva Acompanhada no c.e.m e mais tarde ingressou na Escola Superior de Teatro e Cinema (Licenciatura Teatro/Ator). Entre 2012 e 2015 integrou o casting da companhia do Teatro Nacional D. Maria II. Em 2016 mudou-se para Berlim, onde colabora em diversos formatos e projetos através de práticas artísticas, encontros e espetáculos com Marc Lohr, Sigal Zouk, Mineral Wasser Kolective, Peter Pleyer, Stephanie Mahler, Jeremy Wade, Benoilt Lachambre, Keith Hennessy, Joy Mariama Smith, Meg Stuart, Sandra Noeth, entre outros, e completou o mestrado Solo/Dance/Authorship (SODA) pela Inter-University Center for Dance Berlin (HZT/UDK).
Recentemente, criou os espetáculos What Is Already Here (2018), Reindeer Age #0 (2019), Reindeer Age #1 (2021).
Folha de Sala
Idades
Maiores de 12 anos
Ficha Técnica
Conceito e coreografia Bernardo Chatillon
Performers Alexandra Bernardo (canto lírico) e Bernardo Chatillon (dança/teatro)
Acompanhamento conceptual Fernanda Eugénio
Consultoria Sandra Noeth
Música Vítor Rua
Cenografia Daniel Fernandes
Assistente de cenografia Filipe Cardinal
Figurinos Susana Santos
Acompanhamento e assistência à criação Ana Rocha
Desenho de luz Carlos Ramos
Produção executiva Cláudia Teixeira
Apoio à criação Trust Colective, Self Mistake, O Espaço do Tempo
Apoio Insufláveis KukusKids
Agradecimentos Abílio Nunes, Aldeia Barril do Alva, Tereza Madeira, John Noble, Eva Queirós de Matos e Antónia Teixeira
Descontos
Os descontos só são válidos em espetáculos de Produção e/ou coprodução CCB e para bilhetes com preço superior a 12€, à exceção dos portadores do cartão CCB, o desconto é aplicado em valores superiores a 8€.
30% Desconto Cartão CCB (individual, Senior, Jovem e Familia)
20% para menores de 25 anos e maiores de 65 (em toda a sala exceto 1ª plateia)
10% para titulares do cartão FNAC (válido no Grande Auditório e Pequeno Auditório, para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
25% para clientes da CP, após averiguação dos Bilhetes CP (para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
50% para desempregados, contra apresentação de comprovativo do IEFP (válido no Grande Auditório e Pequeno Auditório, para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
30% para bilhetes de última hora, meia hora antes do ínicio do espetáculo na bilheteira do CCB
5€ para profissionais/estudantes da área do espetáculo (este desconto só se aplica no Grande e Pequeno Auditório (no 2º balcão e laterais respetivamente) em espetáculos de Produção CCB, adquiridos na nossa bilheteira CCB e tem um número limitado de bilhetes/10% capacidade da sala no GA e 5% capacidade da sala no PA)
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