Datas / horários
14 outubro de 2022 19:00
Música
Música de Câmara
Em Agosto de 1822, cerca de um mês antes da ratificação da primeira carta constitucional portuguesa, João Domingos Bomtempo funda em Lisboa a Sociedade Filarmónica, projecto há muito pensado pelo compositor para corrigir a grave lacuna do desconhecimento do grande repertório instrumental europeu no meio musical português. Após seis anos de actividade irregular, sempre ao sabor dos avanços e recuos políticos, a 13 de Março de 1828, esta sociedade é obrigada a cessar a sua actividade por ordem das autoridades absolutistas, recém chegadas a Lisboa. Bomtempo, futuro professor de música de D. Maria II, é privado da sua actividade artística e vê-se obrigado ao refúgio, durante cinco anos, na embaixada do Império Russo sob protecção do seu amigo cônsul Carlos de Razewich, para se esconder da polícia miguelista, tais eram as conotações políticas de proximidade à causa liberal atribuídas ao futuro fundador do Conservatório Nacional.
O conjunto das sonatas para piano de João Domingos Bomtempo são o mais importante contributo de um autor português para o repertório pianístico do séc. XX. Apesar dos avanços e recuos estilísticos, não apresentando propriamente uma evolução linear na sua escrita, estas obras enquadram-se plenamente na produção europeia do seu tempo. É possível, inclusivamente, destacar inovações na escrita pianística e muitos pontos onde já se prenuncia o estilo romântico, que denotam um conhecimento apurado do autor português em relação às obras de Beethoven, Clementi ou John Field.
Neste recital, é precisamente com duas sonatas de Beethoven que dialoga a obra de Bomtempo, aproveitando para celebrar igualmente o bicentenário da composição da derradeira sonata (op. 111) do mestre de Bona. Esta é a música representativa do progresso, da democracia e da liberdade. – Philippe Marques
(o autor escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico)
Philippe Marques
Nasceu em 1991 na cidade de Lausanne, na Suíça. Tem vindo a atuar regularmente em vários locais do país, dos quais se destacam: Centro Cultural de Belém, Teatro S. Luiz, Teatro Nacional de São Carlos, Conservatório Nacional, Museu da Música, Palácio Foz, Teatro Sá da Bandeira (Santarém), Museu Soares dos Reis, entre outros. Os seus últimos projetos incluem a gravação da integral das sonatas para piano de J. D. Bomtempo, num total de quatro CD, para a coleção Melographia Portugueza (edições MPMP).
Concertos Nómada
Como Cidade Aberta, o CCB possui toda uma série de espaços que vão muito mais além dos seus auditórios: salas de reuniões totalmente transformáveis, salas de ensaio, salas próprias para exposições, camarins, átrios, garagens, jardins, terraços e até espaços técnicos (por detrás do habitualmente visível) que se querem vivos e visitados. Neste sentido, o CCB decidiu criar uma temporada de concertos mais informais, que levem a música e através dela o público e os artistas a habitar, a viver e a desfrutar de cada um destes espaços.
Idades
Maiores de 6 anos
Ficha Técnica
Piano Philippe Marques
Programa
Ludwig van Beethoven (1770-1827) Sonata op. 27, n.º 1, em Mi bemol Maior, Quasi una fantasia
I. Andante – allegro – andante
II. Allegro molto e vivace
III. Adagio con espressione
IV. Allegro vivace
João Domingos Bomtempo (1775-1842) Sonata op. 15, n.º 1, em Lá bemol Maior
V. Allegro
VI. Andante sostenuto
VII. Rondo – Allegro molto
João Domingos Bomtempo Sonata op. 15, n.º 2, em Sol menor
I. Largo Assai con Molto Espressione
II. Presto Assai
Ludwig van Beethoven Sonata op. 111, em Dó menor
I. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
II. Arietta: adagio molto, semplice e cantabile
Preços e Descontos
Nota: S/lugares marcados
Descontos
30% Desconto Cartão CCB (individual, Sénior, Jovem e Família)
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