Palestrina e Arvo Pärt

O 500.º aniversário do nascimento de Palestrina dá-nos a oportunidade perfeita para celebrar este mais consumado dos compositores renascentistas. Desde a sua época até à nossa, passou a representar toda uma época da música e a influenciar alguns dos maiores nomes dos séculos posteriores – entre eles Händel e Beethoven, embora talvez o maior elogio tenha sido feito por J.S. Bach, que fez a sua própria edição da Missa Sine nomine a 6 de Palestrina, com enfeites, para aprender o estilo.

Haveria muitas formas diferentes de reconhecer a conquista de Palestrina. Decidi mostrar um excelente cenário de missas das 107 que ele escreveu; incluir um ou dois dos seus maiores motetes; e fazer uma comparação com um dos seus pares. Neste contexto, talvez o mais intrigante seja com Arvo Pärt. Embora Pärt não escreva polifonia da forma como Palestrina exemplificou, pode criar uma atmosfera na sua música que se adapta bem à do mestre renascentista. Em Da Pacem, por exemplo, adota a técnica renascentista padrão de desenvolver uma melodia cantada e de a rodear de outras linhas contrapontísticas. E as suas duas visões, antiga e contemporânea, do texto Nunc dimittis são fascinantes. – Peter Philips