E6 – Sonata n.º 11 e Variações

Bruno Canino

Apesar do número de obra avançado (op.129) o Rondò a capriccio, alla ungherese, é uma composição juvenil de Beethoven (1795), ainda por cima incompleta: provavelmente foi Diabelli quem a concluiu e acrescentou o subtítulo la rabbia per un soldino perduto, que certamente descreve bem o caráter humorístico, e um tanto furioso, dessa peça.

A Sonata op. 22, em quatro movimentos, é uma obra clássica, com um pianismo robusto que pode lembrar Haydn ou Clementi: no entanto, o esplêndido movimento lento recria uma atmosfera quase de Notturno.

As Variazioni op. 34 e op. 35 são extremamente diferentes entre si. As seis variações da op. 34 são cada um numa chave diferente e de caráter distinto: do Fá maior inicial, passamos para o Ré maior, depois para o Sol, o Si bemol, o Mi bemol, o Dó menor, para voltar por fim ao Fá maior inicial, que nos leva outra vez ao tema, mas ainda mais rallentato. Ao contrário, a op. 35 é toda ela compacta em Mi bemol maior: o tema, muito simples, devia agradar extremamente a Beethoven, uma vez que recorreu a ele no ballet As Criaturas de Prometeu, nas Contradanças, aqui e, finalmente, na Sinfonia n. 3 Heroica. O carácter é decididamente napoleónico, ousado, e a décima quinta variação é muito trabalhada, realizando primeiro um longo Adagio, depois uma Fuga muito difícil e, finalmente, o retorno, quase uma Marcha, ao tema inicial. Obra talvez de rara execução, mas que foi tocada por grandes intérpretes, como Schnabel, Arrau, Serkin, Glenn Gould, Brendel.