D2 – Fidelio

Coro do Teatro Nacional de São Carlos | Orquestra Sinfónica Portuguesa

Foi em 1804 que Beethoven começou a trabalhar naquela que seria a sua única ópera: Fidelio. O projeto consistia numa nova versão da história de Leonore, uma história de amor, marcada por fortes ideais revolucionários, e que encaixava que nem uma luva na personalidade e na ideologia beethoveniana – um jovem nobre, defensor da liberdade, é preso por um usurpador tirânico; uma mulher fiel e corajosa faz-se passar por um homem para salvar o prisioneiro da morte; um ministro faz triunfar a justiça libertando todos os prisioneiros políticos. Nessa altura, Viena tinha acabado de ser ocupada pelas forças napoleónicas e, como é óbvio, uma história destas não iria ser bem vista pelas autoridades, mesmo assim, Beethoven ainda conseguiu que a ópera fosse apresentada algumas vezes. Contudo, só em 1814, e após uma substancial revisão da ópera, é que a mesma teve condições para ser recebida com o sucesso de que ainda hoje é alvo.

Nestes Dias da Música em Belém dedicados aos 250 anos de Beethoven, não poderia faltar a apresentação desta ópera, justamente quando o Festival decorre no fim de semana do 25 de Abril, pelo que esta ópera será uma bela maneira para celebrarmos a Liberdade. Para isso, reunimos um elenco de exceção, a que juntamos a narração, a cargo da atriz Leonor Seixas e, porque estamos a falar de uma das óperas mais exigentes do repertório, vamos contar com as forças da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, dirigidos pela maestrina Joana Carneiro. – André Cunhal Leal