Datas / horários
4 de agosto a 8 de setembro de 2017 Sextas-feiras, 21:30
“Living Architecture” é uma série de filmes que procura desenvolver uma forma de olhar para a arquitetura, afastada do ideal de representação da nossa herança arquitetónica. A intenção dos artistas é deixar a arquitetura dialogar connosco, de um ponto de vista “interior”, tanto pessoal como subjetivo. Ao contrário de grande parte dos filmes sobre arquitetura, estes filmes centram-se em deixar entrar o espetador na bolha invisível da intimidade diária de alguns ícones da arquitetura contemporânea. Esta experiência apresenta uma nova forma de olhar para a arquitetura que alarga o seu campo de representação.
4 de agosto
Koolhaas Houselife, 2008 / 58 min.
Primeiro projeto da série Living Architectures, Koolhaas Houselife retrata uma das obras-primas da arquitetura contemporânea. O filme deixa o espectador entrar na intimidade diária de uma casa através das histórias e tarefas diárias de Guadalupe Acedo, a governanta, e das outras pessoas que tomam conta do edifício. Penetrante, divertido e comovente.
11 de agosto
Ghery’s Vertigo, 2010 / 48 min.
Através da história da equipa responsável pela limpeza dos vidros, das suas ascensões, técnicas e dificuldades, este filme observa a complexidade e o virtuosismo da arquitetura de Frank Gehry.
The Submarine, 2010 / 39 min
Quinto projeto da série Living Architectures, Inside Piano é composto por três filmes sobre três edifícios simbólicos da carreira de Renzo Piano. Uma visita ao longo da construção do protótipo do Centro Pompidou. Uma imersão no mundo à prova de som de um submarino que flutua nas profundezas do submundo Parisiense. Uma viagem a bordo de um tapete mágico luminoso de uma máquina arquitetónica altamente sofisticada. Um ponto de vista peculiar, irónico e carregado de humor.
18 de agosto
Barbicania, 2014 / 90 min.
Sob pedido específico da Galeria de Arte do Centro Barbican, Ila Bêka and Louise Lemoine, conhecidos internacionalmente pela sua abordagem única em relação à arquitetura, permaneceram durante um mês num dos mais importantes centros de arte europeus e um dos grandes representantes da arquitetura Brutalista. Construído como um diário, o filme relata tudo o que os realizadores descobriram durante a sua viagem urbana dos pisos superiores aos pisos inferiores do centro de arte. Através de uma impressionante galeria de retratos, o filme desenha um íntimo mapa humano do lugar, incutindo vida a este hostil distrito, questionando a durabilidade desta utopia dos anos 50.
25 de agosto
25 Bis, 2014 / 46 min.
Comissariado pela Fundação Prada e OMA para a exposição “Auguste Perret, Huit Chefs d’œuvre !/?– Architectures du béton armé” no Palácio de Iéna, em 2014, este filme é um retrato íntimo de uma obra-prima do início da carreira de Auguste Perret: o edifício localizado na 25 Bis, rue Franklin, em Paris. 25 Bis aproxima-se de nós a partir de um outro ponto de vista à procura do elemento subjetivo e intangível da história do edifício: a profundidade da marca humana. Nu pela sua permanência, o edifício surge como uma sedimentação das histórias de vida, onde cada camada deixou o rasto de uma passagem. A partir da natureza íntima destas histórias, o filme desenha esta frágil e indefinida essência que pode ser chamada de “a alma do lugar”.
La Maddalena, 2014 / 12 min
A ilha de La Maddalena devia ter sido o local de encontro da cimeira do G8 em julho de 2009, mas a 23 de abril do mesmo ano, o Primeiro-ministro da altura, Sílvio Berlusconi, decidiu mudar o evento para Aquila, uma cidade que tinha acabado de ser destruída por um terramoto. O novíssimo complexo do antigo Arsenal na ilha, planeado por Stefano Boeri para receber o evento, foi sendo lentamente abandonado. No seguimento do inquérito judicial que se seguiu foram descobertas práticas de gestão ilegal que envolviam corrupção, fraude contra o Estado e poluição ambiental. O local, que era suposto ter sido recuperado, prossegue poluído e, por isso, está totalmente fechado. O filme está concebido como uma deambulação introspetiva do arquiteto Steafano Boeri por este espaço abandonado.
1 de setembro
The Infinite Happiness, 2015 / 85 min
Concebido como um vídeo-diário pessoal, The Infinite Happiness é uma experiência arquitetónica. O filme leva-nos até ao coração de um dos desenvolvimentos habitacionais contemporâneos considerado como um novo modelo de sucesso. Ila Bêka e Louise Lemoine habitam a gigante “8 House” construída pelo arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, nos subúbrbios de Copenhaga, e relatam a sua experiência subjetiva dentro do projeto da aldeia vertical, que foi eleita em 2011 “o melhor edifício residencial do mundo”. Tal como no Lego, o filme cria uma série de histórias de vida, todas elas interligadas pela sua relação pessoal com o edifício. O filme desenha as linhas do mapa humano que permite ao espectador descobrir o edifício através de um ponto de vista interno e íntimo e questiona a capacidade da arquitetura na criação de felicidade coletiva revelando os resultados surpreendentes deste novo tipo de modelo social do séc. XXI.
8 de setembro
Selling Dreams, 2016 / 25 min. + 9 min.
As plataformas de aluguer de casa mudaram drasticamente a vida de Mark. De uma vida familiar normal e confortável este jovem passou para um vórtex marcado por uma experiência de vida aventureira pouco usual. Agora Mark ganha a vida a alugar lindíssimos apartamentos, vivendo única e exclusivamente em quartos de hotel, mudando todos os dias de morada. Revelando as suas excecionais estratégias de sucesso, ao vender sonhos personalizados para hóspedes que procuram “a verdadeira experiência escandinava”, Mark leva o sistema de aluguer de casa ao limite. Graças a esta experiência ele encontrou uma nova forma de liberdade que combina um elevado nível de desapego material com o máximo de mobilidade.
Moriyama-San, 2017 / 63 min.
Uma semana na extraordinária vida do Sr. Moryama, um artista/arquiteto Japonês, que é também melómano amador e que vive na casa Moriyama, um dos mais famosos espaços da arquitetura japonesa, construída em Tóquio em 2005 e vencedora do prémio Ryue Nishiszawa (SANAA). Colocado na intimidade deste microcosmos que redefine por completo o senso comum da vida doméstica, Ila Bêka revela, de forma espontânea e pessoal, a personalidade única do dono da casa: um eremita urbano que vive num pequeno arquipélago de paz e contemplação no centro de Tóquio. De música noise a filmes experimentais, este filme permite-nos entrar na ramificação do espírito livre do Sr. Moriyama. Moriyama-San, o primeiro filme sobre música noise, leitura acrobática, filmes mudos, fogo de artifício e arquitetura japonesa.