Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto

Das manifestações tropicais e agrestinas de Pernambuco às sonoridades de alma barroca das Minas Gerais, a música de Alceu Valença encontra a Orquestra Ouro Preto no aclamado concerto Valencianas. O espetáculo, que confere tratamento camerístico aos temas do compositor, regressa à Europa no início de 2025.

O concerto reúne temas dos dois álbuns ao vivo que constituem a essência do projeto: Valencianas I, gravado em Belo Horizonte em 2014, vencedor do Prémio da Música Brasileira – e Valencianas II, gravado na Casa da Música, no Porto, em 2020.

Com direção do maestro Rodrigo Toffolo e arranjos de Mateus Freire, o espetáculo, idealizado pelo produtor cultural Paulo Rogério Lage, lança um olhar, repleto de versatilidade e sofisticação, à obra de um dos principais artistas da música brasileira.

No repertório, temas consagrados de Alceu Valença – Anunciação, Belle De Jour, Tropicana, Coração Bobo, Girassol, Cavalo de Pau, Como dois Animais, Táxi Lunar – alinham-se a tesouros guardados de sua lavra (Sino de Ouro, Sete Desejos, Junho, Dia Branco), pontuados pelos temas orquestrais Acende a Luz, de Alceu, e a suíte Valencianas, escrita por Mateus Freire, a partir de referências diversas no universo do compositor.

De acordo com Alceu, trata-se de um olhar diferente sobre a sua discografia. «Isso acontece muito em função do espírito da Orquestra Ouro Preto. São músicos jovens e muito talentosos, que contagiam pela destreza com que executam seus instrumentos e a maneira com que conseguem captar as nuances da minha música», resume.

Para o maestro Rodrigo Toffolo, «Alceu é um ícone da música brasileira por sua eterna ousadia e contemporaneidade. Valencianas associa os gêneros do sertão e do agreste do Brasil, tão essenciais em sua obra, à música de concerto cheia de versatilidade da Orquestra. Uma maneira não só de homenagear este mestre, mas, também, a brasilidade profunda a que a obra de Alceu nos remete», explica o maestro.

Depois de percorrer o Brasil com Valencianas, sempre com bilhetes esgotados de norte a sul do país, Alceu e a Orquestra Ouro Preto traçam voos ainda mais ambiciosos nesta digressão europeia que passa pelo CCB: «Valencianas é bom para a alma e os ouvidos, feito com elegância e sensibilidade. É um espetáculo capaz de emocionar plateias em qualquer sala de concertos do planeta», avisa Alceu.

A digressão europeia de Valencianas representa a oportunidade de celebrar o caráter popular e erudito da arte brasileira num contexto internacional, utilizando a música como ponte entre países e culturas.