Cella

Para Os Espacialistas, a geometria é a relação de afeto que o ser humano estabelece com a natureza.

Cella é uma espécie de espaço de natureza anatómica, arquitetónica e escultórica. Na origem é corpo (célula), espaço (cela) e material (cortiça). Divisão com paredes, tato e chão. Lugar do corpo para passear, falar e brincar; para exercitar o aparelho reprodutor artístico latente em nós e transformar a imaginação num órgão relacional de investigação poética.

É habitada oniricamente por um enxame de cubos, semeados para serem colhidos, jogados, construídos e andados de um lado para o outro.

O pensamento que vale é aquele que caminha.

O cubo nasce no pé. Por estar sempre deitado, é a figura geométrica mais sonhadora de todas.

Dividir, recordar, escolher, associar, misturar, construir, errar e esquecer livremente são alguns dos verbos em atividade nesta unidade mínima de imaginar, acontecer, experimentar e jogar a várias escalas, numa relação contínua entre o tempo, o corpo e o espaço envolvente.

Sorrir, libertar imagens, deixar a corporosidade do espaço entrelaçar-se e esculpir quem o visite é o segredo deste espasso de recreio e medi(t)ação em des/construção.

Brincar é repetir o futuro com espanto e alegria.

Agora, o interior está no exterior.

Outra Vez.